Descaminho
Posted by Aldemir Adorador in [Aldemir Supremo] on sábado, 3 de outubro de 2009
De longe te hei de amar, da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância.
Não se morre de amor – não, de repente:
morre-se por amor – e de mansinho...
Vai-se morrendo tão devagarinho,
que ninguém o percebe – nem a gente.
Anda-se a esmo, num olhar sozinho,
como se o tempo, em vez de ser presente,
fosse apenas um vácuo absorvente:
um aborto de vida, um descaminho.
As cores vão ficando desbotadas;
as notas das canções, desafinadas;
o sentir-se no ser tão imperfeito,
que o coração vai-se perdendo d’alma,
e nem mais dói – porém não mais se acalma,
porque também não tem lugar no peito.
E nem na alma
morre-se por amor – e de mansinho...
Vai-se morrendo tão devagarinho,
que ninguém o percebe – nem a gente.
Anda-se a esmo, num olhar sozinho,
como se o tempo, em vez de ser presente,
fosse apenas um vácuo absorvente:
um aborto de vida, um descaminho.
As cores vão ficando desbotadas;
as notas das canções, desafinadas;
o sentir-se no ser tão imperfeito,
que o coração vai-se perdendo d’alma,
e nem mais dói – porém não mais se acalma,
porque também não tem lugar no peito.
E nem na alma
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# by Joyce Tomé - 4 de outubro de 2009 às 21:51
Que lindo texto hein! Amei
# by mano maya kosha - 6 de outubro de 2009 às 18:50
o único aspecto, onde sofrer amadurece, e o que não se recebe, ainda assim se faz valer